quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Por onde andei..

Noah's Ark :  Próximo a Gobabis, Namíbia.
Período: 4 semanas, Fev de 2012


Campfire Safari: Próximo a Hoedspruit
Período: 2 semanas, Março de 2012


Lion Park: Johannesburg, África do Sul
Período: 4 semanas, Março- Abril de 2012



Knysna Elephant Park: Próximo a Knysna
Período: 6 semanas, Abril - Maio de 2012



terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu vou, mas eu volto!


E então chegamos ao fim. Fim da viagem mais incrivel que eu já fiz, aonde precisei superar várias dificuldades, suportar várias despedidas, e a última claro não poderia “passar batido”.
Quando eu fui embora do Lion Park eu chorei, mas eu chorei e chorei mais um pouco. Mal sabia eu o que me aguardava. No Lion Park despedir daqueles leões foi muito doloroso, mas no Elephant Park o dificil foi despedir das pessoas. 
Sheperd, George, Zenzo, Sylas,Charlote, Audrey, Aubrey, Mac, Geoff, Pam, foram tantas pessoas marcantes, tantos sorrisos brilhantes (quando me emociono começo a rimar, barra!) que eu não poderia pedir por uma experiência mais gratificante. E os elefantes? Como não falar deles, meu favorito Shungu, o renegado, que todo mundo falava mal, com seu rabo estranho, seus cabelos bagunçados,  seu marfim meio pra lá meio pra cá, todo errado, receita perfeita para conquistar qualquer garota ne?!
E para contribuir a essa equação a pesquisa em si, muitos aprendizados e a cereja do bolo:no meu último dia participei da vacinação e injeção de anticoncepcionais nos dois machos adultos, uma situação um tanto quanto agitada e muito interessante que só acontece a cada 6 meses.
No final me provei completamente errada, pois o amor pela própria espécie, quando os espécimes envolvidos são como os que conheci, esse amor sobressai.
Honestamente, poderia ficar aqui para sempre, e nesse turbilhão de emoções, lágrimas e tentativas de achar uma forma de não ir embora, recebo uma mensagem providencial da minha madrinha, com suas palavras lindas, sem nem  saber o quanto eu estava sofrendo por ter que dizer adeus, me lembrou que eu também tenho motivos de sobra para voltar pra casa; mas antes uma semana com minha mãe fazendo passeios turísticos, pois afinal depois de tanto trabalho, a gente merece ne?! 
Então últimas palavras após  toda minha experiência aqui: África eu vou, mas eu volto!

Thandi e Nandi



 Baby Thato
 Coletando dados
 Shungu e Mashudu, melhores amigos
 Esses olhares que encantam
Do ponto de vista deles :)
Clyde
Festa em família
Shungu


quarta-feira, 16 de maio de 2012

5 semanas


Cinco semanas aqui parecem cinco dias. Talvez pelo trabalho duro que ocupa todo o tempo, quando vemos a semana já acabou. Semana que vêm é hora de ir embora, e  apesar deu nunca ter sido daquelas pessoas que sofre por antecedência, estou tendo que trabalhar meu psicológico bastante para não ficar triste com a ideia de partir. Mas como não é possivel descrever certos sentimentos com palavras, espero que as fotos ajudem..




E o céu da África continua lindo..

Todo mundo merece um descanso

Baby Thato
Brincadeira de criança, como é bom!
Mãe e filha no sol da manhã
Tandi

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Momentos inesquecíveis


Eu li uma frase uma vez  que dizia que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade que acontecem. Essa semana eu tive uma das experiências mais incriveis da minha vida, por apenas uns vinte minutos, mas eu tenho certeza que eu nunca vou esquecer.
Por eu ter prolongado minha estadia aqui, estou tendo a oportunidade de aprofundar meu aprendizado em outros aspectos de pesquisa, e no caso estava com uma câmera filmadora, tendo que registrar todo e qualquer tipo de comportamento dos elefantes, até que eis que a bateria acaba. Bom, pensei, não tem muito o que eu possa fazer a respeito aqui no meio do campo então resolvi aproveitar o momento para apreciar a vista e os elefantes. Sentei ao lado do Austin (um dos guias do parque, muito simpático como todos), eram por votla de 17hrs, já não havia turistas no parque, estávamos só aguardando para terminar os trabalhos do dia, e esse horário a luz do sol na pele dos elefantes é de enxer os olhos de alegria, e ali ficamos proseando tranquilamente até que eu percebo todos os 9 elefantes vindo em nossa direção. Não preciso dizer que uma pisada de um elefante pode fazer muito estrago né, então assim que vi já comecei o movimento para levantar mas o Austin me segurou e falou:  Pode ficar tranquila, fica aqui sentada (sim, estilo “Senta  lá Cláudia!”). Sentada ali eu fiquei. Todos os elefantes vieram, fizeram uma meia lua ao nossa redor, eles em pé de frente para o sol e nós dois de costas sentados, e ali eles ficaram, um deles com a tromba apoiada no meu pé e os outros também tão próximos que eu não precisava nem esticar o braço para tocá-los.
 Sendo 100% honesta, sem querer tirar o romantismo da cena, devo admitir que a cada movimento que eles faziam meu coração acelerava de medo de ser pisoteada,  afinal o instinto de sobrevivência prevalece, mas foi de tirar o fôlego de emoção, eu literalmente segurei  as lágrimas pois não queria parecer uma menina adolescente emocionada!
Eu não sei se essas palavras conseguem passar um milésimo da magia do momento, mas a visão de 9 elefantes enormes, com um céu extremamente azul atrás, e o sol iluminando os olhos deles, todas as rugas  e dobras da pele, e eu no meio sentada, me sentindo menor do que uma formiga é realmente indescritivel. Foram só uns vinte minutos, dos quais eu vou me lembrar de cada segundo para sempre.
Claro que nessas horas não tem câmera fotográfica para registrar, mas pelo menos ficará gravada na memória, a minha pode não ser memória de elefante mas vai ter que servir!

Sorriso amplo


Essa ultima semana me peguei pensando várias vezes o porque que eu resolvi prolongar esse projeto e não os outros. Com certeza os elefantes são incríveis e aqui eu estou tendo contato com o aspecto de pesquisa de campo mesmo, todos os dias recolhendo informações sobre eles e etc, mas minha experiência com os leões também foi maravilhosa, ou o projeto da Namíbia onde tive contato com várias espécies e até conquistei meu lugar entre os macacos vervet, simplesmente fantástico! Aí eu percebi a grande diferença  entre esse  projeto  e os  outros. Foi a primeira vez nesses ultimos três meses que eu conheci realmente o povo africano.
Aqui temos várias nacionalidades trabalhando:  do Zimbabwe, Zambia, Malawi, Tanzania, e alguns poucos da África do Sul. Eu trabalho diretamente com essas pessoas todos os dias, e é impossivel não ser contagiada por suas risadas escancaradas e seus sorrisos amplos,  ou como   Fernando Pessoa explicaria melhor: “E a minha alma alegra-se com esse sorriso amplo e humano, como o aplauso de um multidão”. 


Andrew
Aubrey
Mac

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Histórias de Elefantes


Aqui no Knysna Elephant Park (KEP), no momento temos 9 elefantes: Sally que é a matriarca, de 24 anos, ainda jovem para um elefante que vive até por volta de 80, e a sua manada de 3 fêmeas e mais 3 jovens e outros 2 quase adultos machos que já não fazem parte da manada e ficam em áreas separadas.
Cada elefante do parque tem sua história, Keisha por exemplo, uma das fêmeas, perdeu a mãe para caça ilegal, e ao tentar mamar nas outras fêmeas acabou sendo ferida por elas, tendo assim vários furos e cicatrizes na orelhas.
Clyde, um dos dois machos quase adultos do parque era elefante de circo até que foi doado ao parque.
Harry e Sally  escaparam do abate no Kruger National Park e deram inicio ao KEP
O abate é uma forma permitida de caça mesmo para com espécies em risco, pois no caso do Kruger por exemplo, até 1994 era  comum a época de abate em prol da sobrevivência do ecossistema do parque. È dificil para nós que somos de fora aceitar que elefantes estão sendo mortos com o aval do governo, soa revoltante num primeiro momento, mas  uma das coisas que precisei aprender aqui é que  não se pode olhar de fora, é necessário aprender a realidade da situação.
No caso, o Kruger é um parque cercado,  de 2 milhões de hectares que comporta milhares de espécies. Eles não podem permitir que o número dessas espécies se exceda pois prejudicará as demais que ali também vivem. A opção de realocar esses elefantes em excesso para outras regiões não é descartada, porém elefantes são famosos por suas incriveis memórias. Em uma dessas tentativas por exemplo  o KNP gastou por volta de 11milhões de Rand para mover  vários elefantes para Moçambique. Após algum tempo todos os elefantes estavam literalmente batendo na porta do KNP, eles voltaram pois sabiam onde é a “casa” deles.
São assuntos muito complicados o da caça e  abate (culling) legal, não estou falando que sou a favor, mas aprendi que não podemos julgar certas situações antes de conhecer os “dois lados da moeda “ primeiro.
Uma dessas felizes tentativas de realocar elefantes do Kruger, por exemplo foi o caso de Harry e Sally,  outra foi o caso de Thato, a elefante mais jovem no parque, 5 anos, ainda um bebê, que foi  encontrada com um ano de idade após sua familia ter sido morta por caçadores, e ao chegar ao KEP foi quase imediatamente adotada por Keisha, que hoje está grávida do seu próprio bebê.
Aprendendo a história de cada um, sua personalidade e seus laços afetivos entre si e com as pessoas que trabalham diretamente com eles todos os dias, percebo que esses seres gigantes não são muito diferentes de nós humanos, seus sentimentos, suas brincadeiras, sua inteligência e a nítida diferença entre cada individuo do grupo me encanta cada dia mais.
Talvez tenha sido isso que me fez pela primeira vez mudar meus planos nessa viagem para ficar um pouco mais com eles.





quinta-feira, 19 de abril de 2012

Knysna Elephant Park


Knysna é uma cidadezinha que situa-se na famosa Grden Route, uma rota na bela costa sul da África do Sul, cercada de belas florestas de um lado e o oceano do outro.
Nas redondezas das florestas de Knysna (pronuncia-se “Náisna”) elefantes Loxodonta africana vagavam livres, mas em um período de 118 anos, essas populações de elefantes caíram de 500-600 elefantes para um único em 1994. Uma recente e feliz descoberta mostrou que contra todas as chances, esses elefantes estão lutando contra sua própria extinção e hoje existem por volta de 6 espécimes  na floresta.
O Knysna Elephant Park (KEP) localiza-se a 22km de Knysna e começou com Ian  Withers, amante da natureza e apaixonado por elefantes,  que viu no turismo uma oportunidade de criar um ambiente seguro para eles.
Em 1994 vieram os primeiros ellies, Harry e Sally, foi quando tudo começou.
O parque possui uma área de 100 hectares de vegetação natural e 9 elefantes, em idades entre 4 e 24 anos.
No momento somos 4 voluntários, trabalhando de 06:30am às 20hrs, pois afinal elefantes comem muito, até 150kgs por dia dependendo do seu tamanho.
O dia começa com limpeza da boma, área onde os ellies passam a noite, limpeza da área dos dois machos maiores (Clyde e Shaka) que por serem machos e em uma idade já adulta não ficam com a manada. 
As manadas de elefantes são matriarcais, tendo sempre uma líder fêmea, e os machos só são aceitos quando ainda jovens, a partir de 7-8 anos de idade eles começam a ser expulsos de suas famílias, enquanto as fÊmeas crescem e permanecem juntas.
Outra parte do trabalho é  separar troncos para eles comerem e galhos,  em seguida vamos para o campo onde estão as femêas e os jovens e ali recolhemos informações sobre eles, como a distância entre cada um, o que eles estão fazendo etc.
O parque é bonito, organizado e aberto ao público para visitação, tem uma área para casamentos, e  a casa dos voluntários tÊm até parede de verdade! Ou seja tudo para serem duas boas semanas.
 Para mais informações sobre o parque clique AQUI :)